Estilosa desde criancinha
Bom dia Styles! Em tempos, vou compartilhar com vocês o que acredito fazer a diferença nas redes sociais e que podem nos servir de inspiração. Para abrir os trabalhos escolhi apresentar para vocês essa fofurinha das fotos. A pequena Vada, que tem seu lifestyle apresentado nas redes sociais pela sua mãe com o endereço de @miasaidno. Ela faz parte do following do Prateleira há algum tempo, e juro, morro de amores sempre que surge no feed.
Cresci vendo minha mãe fazendo as nossas próprias roupas e a forma como as mamães vestem os seus pequenos sempre me chamaram a atenção. O mercado de moda infantil cresce absurdamente e isso como tudo na vida tem o seu lado bom e seu lado ruim. É um mercado muito promissor, considerando que as crianças passam por um processo de crescimento muito rápido e estão frequentemente trocando seu guarda roupa por números maiores. E por consequência, um mercado cheio de armadilhas que ferem a ética, a estética e a consciência do consumo, e que devem ser observadas.
Essas mudanças aceleradas através do processo de crescimento das crianças levam a uma necessidade no controle do consumo. Quem não conhece ou sabe de histórias de mães que compraram roupas para os seus pequenos, que nunca foram usadas e que, num belo dia, não serviam mais? A melhor receita para isso é escolher bem e para durar. Evitar comprar peças em quantidade, por impulso, promover vendas, trocas e doações de peças usadas e em bom estado. Já ouvi falar do sucesso de grupos de mães que promovem a circulação dessas roupas.
Outro aspecto a ser considerado é a qualidade das peças adquiridas. Prime pela qualidade e não pela quantidade, peças baratas e de qualidade questionável vale mesmo a pena? Esse é um ponto importante também para trabalharmos desde cedo com as crianças a relação delas com o consumo, o que serve também para os brinquedos.
Um ponto que me chama bastante atenção é o aspecto social e cultural do ato de vestir os pequenos. Existe um segmento, forte inclusive, de vestir as crianças como pequenos adultos. Basta passear pelo Pinterest na sessão fashion kids que teremos infinitos exemplos de crianças usando batom, esmaltes, roupas curtas e coladas, e ícones de moda.
O comportamento “adultizado” das crianças traz significativos danos ao processo de crescimento e banalização da fase infantil dos pequenos. Esses processos não devem ser acelerados e estudos comprovam que eles trazem danos tanto para o aspecto comportamental quanto para a saúde das crianças.
Incentivado ou negligenciado pelos pais, este não é um comportamento presente somente ao segmento da moda. As crianças, cada vez mais são incentivadas pelos pais, conscientes ou não, a essa “adultilização”, seja pela falta de conhecimento dos pais, de tempo para se dedicar a criação das crianças, ou por não considerar a devida importância, e entender que isso vai afetar, de forma significativa, a forma como as crianças se relacionam com o mundo.
Esse aspecto social do vestir tem diferentes facetas para diferentes épocas. Antigamente, as crianças não tinham a liberdade de escolher suas próprias roupas, mas também sofriam com os mesmos sintomas da “adultilização”, pois usavam vestimentas de mini adultos, vestidos longos e de muito tecido, com grandes laços para as meninas e conjuntinhos sociais de linho com gravatinha para os meninos.
Mas o que consideramos saudável então? O ideal é sempre o equilíbrio. O ato de se vestir não deve ser negligenciado como um ato qualquer, ele é fundamental para a formação da personalidade das crianças, pois é também uma forma de expressão. Portanto os desejos e os gostos das crianças devem ser considerados, mas os limites também devem ser respeitados, pois existem estilos e forma de se vestir para cada idade e isso serve também para as crianças. Crianças podem e devem ter estilo sim, mas crianças devem se vestir como crianças, devem ter liberdade para brincar e para construir sua identidade de forma saudável e criativa.
Aproveitei a oportunidade para refletir com vocês a maneira como vestimos nossos pequenos. Espero que tenham gostado, se possível, façam as suas considerações aqui, terei o maior prazer em responder.
Um beijo grande,
Fabi